Neste artigo, destacamos cinco estudos de investigação que revelam as competências profissionais mais importantes do século XXI, essenciais para o futuro do trabalho e das organizações. O futuro é agora – estas competências de inovação são mais necessárias do que nunca, num mundo onde as organizações enfrentam a disrupção causada pela COVID-19 e outras forças transformadoras.

Em resumo, os profissionais, a todos os níveis, devem desenvolver as suas competências de inovação. Estas incluem criatividade, pensamento crítico, comunicação, pensamento estratégico e resolução de problemas – capacidades fundamentais para encontrar e desenvolver soluções criativas para os desafios complexos do mundo atual.

Estes cinco estudos de investigação revelam conclusões interessantes sobre as competências desejáveis para o futuro, que todos os colaboradores devem procurar desenvolver.

1. Relatório de Competências Profissionais da Bloomberg

Como parte da sua investigação para classificar programas de negócios, a Bloomberg questionou 1.251 recrutadores de 547 empresas sobre as competências que procuram nos profissionais, mas que não conseguem encontrar. As competências ‘de excelência’ identificadas foram:

1. Competências de comunicação
2. Pensamento estratégico
3. Liderança
4. Resolução criativa de problemas


Outras competências relevantes incluíram:
– Pensamento analítico
– Trabalho colaborativo
– Motivação
– Adaptabilidade
– Competências quantitativas
– Tomada de decisões
– Assunção de riscos
– Experiência na indústria
– Mentalidade global
– Empreendedorismo


Estas podem ser agrupadas como competências de inovação, fundamentais para o desenvolvimento e lançamento de soluções inovadoras. A Bloomberg oferece ainda uma ferramenta interativa onde é possível consultar as competências mais e menos valorizadas por setor.

2. Relatório ‘Futuro do Emprego’ do Fórum Económico Mundial

O Relatório sobre o Futuro do Emprego 2020 do Fórum Económico Mundial identificou as 10 principais competências para 2025. O estudo assinala que 50% das pessoas precisarão de requalificação nos próximos cinco anos, devido à “dupla disrupção” provocada tanto pelo impacto da pandemia como pela crescente automatização tecnológica que tem vindo a transformar o mundo do trabalho nos últimos anos.

As 10 competências mais importantes para 2025 são:

  1. Pensamento analítico e inovação
  2. Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
  3. Resolução de problemas complexos
  4. Pensamento crítico e análise
  5. Criatividade, originalidade e iniciativa
  6. Liderança e influência social
  7. Utilização, monitorização e controlo da tecnologia
  8. Design e programação de tecnologia
  9. Resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade
  10. Raciocínio, resolução de problemas e ideação

Os relatórios do Fórum Económico Mundial que identificam as principais competências para o futuro são publicados a cada dois anos, desde que começaram a abordar este tema em 2016. É interessante analisar as listas de competências dos últimos relatórios e identificar tendências e elementos relevantes.

Em 2016, o Fórum Económico Mundial publicou o relatório O Futuro dos Empregos: Estratégia de Emprego, Competências e Força de Trabalho para a Quarta Revolução Industrial. “O conjunto de dados que serve de base ao relatório resulta de um inquérito alargado a diretores de recursos humanos e outros executivos seniores de talento e estratégia de um total de 371 empresas líderes a nível mundial, representando mais de 13 milhões de colaboradores em 9 setores industriais abrangentes, em 15 economias desenvolvidas e emergentes e regiões económicas.” Esta foi a amostra descrita na análise do Fórum Económico Mundial.

Da sua investigação anterior, as principais competências identificadas como mais necessárias para 2015 foram (por ordem):

  1. Resolução de problemas complexos
  2. Pensamento crítico
  3. Criatividade
  4. Gestão de pessoas
  5. Coordenação com os outros
  6. Inteligência emocional
  7. Julgamento e tomada de decisões
  8. Orientação para o serviço
  9. Negociação
  10. Flexibilidade cognitiva

A partir de investigações mais recentes, a importância da criatividade cresce exponencialmente. Estas são as 10 competências mais necessárias para 2020:

  1. Resolução de problemas complexos
  2. Pensamento crítico
  3. Criatividade
  4. Gestão de pessoas
  5. Coordenação com os outros
  6. Inteligência emocional
  7. Julgamento e tomada de decisões
  8. Orientação para o serviço
  9. Negociação
  10. Flexibilidade cognitiva

A “natureza em mudança do trabalho” foi apontada como o principal fator de transformação nas competências exigidas para o futuro. Tal como nos outros estudos, estas competências principais podem ser descritas como competências de inovação — criatividade, pensamento crítico e resolução de problemas complexos. Estas três são essenciais para desenvolver e concretizar uma inovação que resolva um problema real e gere valor significativo.

O Fórum Económico Mundial publicou também o Relatório sobre o Futuro do Emprego 2018, que destacou as competências mais procuradas e necessárias. Nesse relatório, as três principais competências em crescimento para 2022 foram:

  1. Pensamento analítico e inovação
  2. Aprendizagem ativa e estratégias de aprendizagem
  3. Criatividade, originalidade e iniciativa

3. Estudos IBM Global C-Suite

Durante 10 anos e 23.000 entrevistas, a IBM analisou o que os executivos valorizam. Em 2010, um estudo com mais de 1.500 CEOs revelou que a criatividade é a competência mais crítica para navegar num mundo complexo, mais importante do que integridade, rigor ou visão.

A versão de 2019 reforçou a importância da liderança baseada em dados e confiança no ecossistema empresarial. A criatividade permanece central na capacidade de responder à volatilidade e às mudanças aceleradas.

4. Inquérito da American Management Association (AMA)

Em 2010, a American Management Association (AMA) realizou um inquérito a 2.115 gestores e outros executivos sobre as competências críticas que os colaboradores necessitam a todos os níveis de uma organização, tanto para o presente como para o futuro do trabalho. Um estudo semelhante foi realizado novamente em dezembro de 2012, com a participação de 768 gestores e executivos, para analisar a importância das quatro competências críticas (conhecidas como 4C) que já tinham sido destacadas no primeiro estudo como essenciais para as suas organizações.

Dos inquiridos, 74,6% acreditavam que estas competências 4C se tornariam ainda mais importantes para as suas organizações nos três a cinco anos seguintes.

As competências foram definidas da seguinte forma:

  1. Pensamento crítico e resolução de problemas – a capacidade de tomar decisões, resolver problemas e agir de forma adequada.
  2. Comunicação eficaz – a capacidade de sintetizar e transmitir ideias tanto por escrito como oralmente.
  3. Colaboração e trabalho em equipa – a capacidade de trabalhar eficazmente com os outros, incluindo pessoas de grupos diversos e com pontos de vista diferentes.
  4. Criatividade e inovação – a capacidade de ver o que ainda não existe e fazer com que aconteça.

Os gestores indicaram que, na melhor das hipóteses, os seus colaboradores estavam atualmente num nível médio no que respeita ao desenvolvimento destas competências críticas.

Estas competências tornaram-se ainda mais necessárias devido ao ritmo acelerado da mudança no mundo dos negócios atual.

O ritmo da mudança (61,4%) e a concorrência global (50,9%) foram os principais fatores apontados para explicar por que motivo o pensamento crítico, a comunicação eficaz, a colaboração e a criatividade/inovação se tornaram tão cruciais para as organizações.

5. Competências mais procuradas segundo dados do LinkedIn

O LinkedIn utilizou a sua vasta base de dados para identificar as competências mais procuradas pelas empresas em 2019 e 2020. As quatro principais competências interpessoais (ou soft skills) que a maioria das empresas valorizava nesses anos alinham-se diretamente com as chamadas competências de inovação.

As principais competências em ambos os anos foram:

  1. Criatividade
  2. Persuasão
  3. Colaboração
  4. Adaptabilidade

A inteligência emocional foi adicionada à lista em 2020, ocupando a quinta posição. Esta competência relaciona-se diretamente com a fase de Empatia — a primeira etapa do Design Thinking.

Competências de inovação em ação

A informação revelada pelos diferentes estudos destaca o quão críticas são as competências de inovação para o futuro do trabalho, das organizações e dos profissionais.

Como pode desenvolver as suas competências inovadoras? Integrando as suas capacidades de resolução de problemas, criatividade, colaboração e comunicação com o objetivo de desenvolver e implementar uma inovação que tenha um impacto positivo.

Conseguirá utilizar estas competências para criar uma inovação que aproveite uma oportunidade ou resolva um problema importante? Está preparado para isso?

Isso exige aplicar as competências-chave de inovação identificadas pelos vários estudos. Que iniciativa de aprendizagem e desenvolvimento inovadora poderá criar por si mesmo?

Se não estiver a receber formação ou desenvolvimento nestas competências críticas na sua organização, como pode tornar-se um agente de mudança para que este processo aconteça? Assim, a sua organização poderá adaptar-se ao ritmo acelerado da mudança e prosperar no futuro.

Serão necessários colaboradores a todos os níveis com um grau mais elevado de desenvolvimento das suas competências de inovação.
Por vezes, será preciso inovar apenas para aprender a inovar.

Competências específicas de inovação

Criatividade, pensamento crítico, colaboração e comunicação são macrocompetências que integram as chamadas competências de inovação. Estas subdividem-se em microcompetências – como diferentes estilos de comunicação ou técnicas criativas específicas.

Um artigo da Harvard Business Review, sobre o ADN do inovador, identificou 5 competências-chave com base num estudo com 3.000 executivos e 500 inovadores:

– Networking
– Associação de ideias
– Observação
– Questionamento
– Experimentação

Competências humanas na era da inteligência artificial

A chave para se manter relevante e crescer na era do machine learning pode ser o próprio aprendizagem humana. Isto exige que oriente o seu desenvolvimento profissional para o aperfeiçoamento e aplicação das competências em que os humanos são melhores — e que as máquinas ainda não conseguem replicar com eficácia.

Utilize estas competências humanas para tirar partido das tecnologias emergentes, acrescentando valor às pessoas a quem serve — os seus clientes e utilizadores.

Concentre-se em como permanecer relevante e crescer na era da inteligência artificial. Mantenha-se atento à investigação sobre o futuro do trabalho, para compreender quais as competências mais importantes para o futuro em constante mudança da sua indústria.

Crie um plano de ação para desenvolver essas competências e aplique-o de forma estratégica. Competências como empatia, imaginação, criatividade, pensamento estratégico, comunicação e colaboração serão cada vez mais determinantes.


Adaptação do artigo ‘Innovation Skills for the Future’ de Darin J. Eich.

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