O que é Inovação Aberta?

A inovação aberta é definida como uma abordagem estratégica que não só acolhe esforços colaborativos, mas também procura ativamente contributos externos, abrangendo ideias, tecnologias e conhecimentos especializados.

Este enquadramento dinâmico acelera a inovação ao tirar partido de uma rede diversificada, reconhecendo que ideias disruptivas podem surgir tanto internamente como de fontes externas.

Ao estimular a criatividade e acelerar o desenvolvimento, a inovação aberta aproveita o poder da inteligência coletiva, impulsionando as organizações para avanços significativos.

Nos modelos tradicionais de inovação fechada, as empresas confiam principalmente nos seus departamentos internos de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para gerar ideias, desenvolver novos produtos ou serviços e levá-los ao mercado.

A inovação aberta, pelo contrário, adota uma abordagem mais inclusiva, procurando ativamente contributos e parcerias externas.

Modelo de Inovação Aberta: Características-Chave

A inovação aberta distingue-se da inovação fechada por várias características fundamentais:

  • Colaboração: Parcerias com clientes, fornecedores, instituições de investigação, startups e até concorrentes.
  • Contributos externos: Procura ativa de ideias, tecnologias e conhecimentos externos para complementar o I&D interno.
  • Partilha de conhecimento: Troca de informação, ideias e competências entre fronteiras organizacionais, através de plataformas, redes e colaborações.
  • Inovação inbound e outbound:
    • Inbound: Aquisição de ideias e tecnologias externas.
    • Outbound: Comercialização ou licenciamento de ativos internos para parceiros externos.
  • Iteratividade e agilidade: Reconhecimento de que a inovação é um processo iterativo, com aprendizagem contínua e ciclos de feedback.
  • Desenvolvimento de ecossistemas: Criação de redes de inovação (clusters, aceleradoras, incubadoras, plataformas colaborativas).
  • Partilha de riscos e benefícios: Investimentos, receitas e riscos são partilhados entre parceiros.
  • Foco no cliente: Inclusão ativa dos clientes no processo de ideação e feedback.

Vantagens e Desafios da Inovação Aberta

Vantagens

  1. Acesso a mais ideias e competências: Permite aproveitar conhecimento de clientes, fornecedores, startups e centros de investigação.
  2. Maior rapidez no time-to-market: Parcerias externas aceleram o desenvolvimento e lançamento de novos produtos.
  3. Redução de custos de I&D: Partilha de custos e riscos com parceiros externos.
  4. Maior flexibilidade e agilidade: Capacidade de resposta a tendências emergentes e novas necessidades dos clientes.
  5. Competitividade reforçada: Diversidade de perspetivas e competências gera soluções mais inovadoras.

Desafios

  1. Propriedade intelectual (PI): Necessidade de gestão rigorosa de direitos de PI, contratos e mecanismos de confiança.
  2. Gestão do processo de inovação: Volume elevado de ideias exige mecanismos eficazes de filtragem e seleção.
  3. Complexidade de coordenação: Múltiplas parcerias externas exigem alinhamento de objetivos e comunicação clara.
  4. Controlo de qualidade e integração: Garantir consistência e alinhamento das contribuições externas com a estratégia da organização.
  5. Identificação de parceiros adequados: Requer conhecimento do ecossistema externo e construção de relações de confiança.
  6. Barreiras culturais e organizacionais: Necessidade de promover uma mentalidade mais aberta e colaborativa dentro da empresa.

Tipos de Inovação Aberta

A inovação aberta pode assumir vários modelos, muitas vezes combinados:

  1. Outside-in Innovation (Inovação de fora para dentro)
    • Procura ativa de ideias, tecnologias e conhecimento externos para responder a necessidades de inovação.
    • Ex.: Inquéritos a clientes, parcerias com startups, participação em desafios de inovação.
  2. Inside-out Innovation (Inovação de dentro para fora)
    • Comercialização ou licenciamento de ideias, tecnologias ou PI internos a entidades externas.
    • Ex.: Licenciamento de patentes, spin-offs, incubação de startups internas.
  3. Coupled Innovation (Inovação acoplada)
    • Parcerias colaborativas para desenvolver e comercializar conjuntamente inovações.
    • Ex.: Joint ventures, alianças estratégicas, co-criação com clientes.
  4. Redes Colaborativas de Inovação
    • Redes de indivíduos ou organizações que colaboram e partilham conhecimento para resolver desafios complexos.
    • Ex.: Plataformas de crowdsourcing, comunidades de partilha de conhecimento, ecossistemas de inovação.

Exemplos de Inovação Aberta

  • LEGO – Plataforma LEGO Ideas, onde fãs submetem designs e a comunidade vota, podendo ser lançados como sets oficiais.
  • NASA – NASA Tournament Lab, com desafios globais, e catálogo de patentes disponível para licenciamento.
  • Procter & Gamble (P&G) – Programa Connect + Develop, parcerias externas para novos produtos e tecnologias.
  • IBM – IBM Q Network, colaboração com universidades e startups para computação quântica.
  • Mozilla – Programa de inovação aberta com contributos da comunidade para novos recursos e produtos.
  • General Electric (GE) – Plataforma FirstBuild, co-criação de eletrodomésticos inovadores com designers e engenheiros externos.

As 10 Melhores Práticas para a Inovação Aberta

  1. Definir objetivos claros: Determinar desafios, tipo de inovação procurada e resultados desejados.
  2. Fomentar cultura de colaboração: Incentivar colaboradores a aceitar contributos externos e a partilhar conhecimento.
  3. Estimular co-criação: Envolver clientes, fornecedores e parceiros na conceção de soluções.
  4. Selecionar parceiros relevantes: Identificar parceiros alinhados com os objetivos e com competências complementares.
  5. Construir relações de confiança: Comunicação transparente, definição clara de papéis e gestão da PI.
  6. Facilitar partilha de conhecimento: Criar mecanismos para disseminar aprendizagens e boas práticas internamente.
  7. Aproveitar ferramentas digitais: Utilizar plataformas online para colaboração e gestão de projetos com parceiros externos.
  8. Estabelecer estratégias de PI: Definir modelos claros para proteção e partilha de propriedade intelectual.
  9. Medir impacto: Criar métricas para avaliar resultados (novos produtos, receitas, poupança de custos).
  10. Adaptar e evoluir: Rever continuamente a estratégia de inovação aberta face a tendências e oportunidades emergentes.

Como a ICD pode apoiar a inovação aberta na sua organização

Na ICD – Innovation & Creativity Development, ajudamos empresas e instituições a conceber e implementar estratégias de inovação aberta que potenciem a colaboração e acelerem a criação de valor.

Apoiamos na:

  • Definição de objetivos de inovação aberta
  • Criação de ecossistemas de parceiros
  • Estruturação de modelos de co-criação e licenciamento
  • Gestão de PI e alinhamento estratégico
  • Utilização de plataformas digitais para colaboração global

Se a sua organização pretende expandir a sua capacidade de inovar através da colaboração externa, a ICD é o parceiro certo para o ajudar a transformar parcerias em resultados concretos.

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